Descrição
Este trabalho procura abordar o tema da ética da memória em Walter Benjamin, dando particular ênfase à grande e singular obra das Passagens. Para o enfrentamento da questão, são trabalhados conceitos fundamentais da obra do autor, os quais projetam o caminho que nos leva à temática da ética da memória. Inicialmente, são feitas considerações gerais sobre a categoria do despertar que representa um momento dialético ao extremo, em que cada agora é o agora de uma determinada cognoscibilidade. O despertar é um limiar no qual imagens aparentemente ínfimas e dispensáveis podem ser lidas, já que todo presente é permeado por imagens do passado que lhe são sincrônicas. Prosseguindo nessa temática, é trabalhada a construção teórica de Benjaminacerca das imagens dialéticas, a qual nasce em íntima relação com a valorização da visualidade e do imagético na exposição da história. Por conseguinte, o tema da montagem (montage) como método é também visitado, pois é de extrema relevância para a compreensão de como poderia se dar a leitura das imagens no limiar do despertar,no agora da cognoscibilidade. Tudo isso para direcionar e confirmar a hipótese de que há, no instante do despertar, uma ética da memória na obra de Walter Benjamin, a qual está baseada no modelo de memoria involuntária.
