Descrição
Este artigo, de natureza bibliográfica, cumpre com a finalidade de discutir a relação entre literatura, cultura e identidade, entronizando o diálogo com a memória, com o gesto de criação e outros conceitos que compõem o apanágio dessa intersecção. Em um segundo plano, também coloca em perspectiva como essa relação é transposta e passível de verificação na obra literária Contos ordinários de melancolia (2017a), de Ruth Ducaso – assinatura estética da escritora baiana Luciany Aparecida, sobretudo, em dois textos específicos. Para tanto, recorrer-se-á ao ideário de Hall (2014), no tocante à discussão de identidade; Chartier (2014), no que concerne à relação entre memória e escrita; Souza (2002), quanto à conexão entre obra e autor, fato e ficção; Butler (1998) e Almeida (2012) sobre as questões de gênero e demais desdobramentos; além de outras contribuições teóricas. Dentre as conclusões alcançadas, destaca-se que o deslocamento, característico da pós-modernidade, opera nas identidades e, mesmo, nas subjetividades, efeitos muito positivos, a começar pela criação de novas identidades, novos sujeitos, desarticulando, com isso, a estabilidade cartesiana do passado.