Descrição
A partir de registros históricos de anúncios de fuga publicados em jornais da época e das referências visuais apresentadas nas aquarelas de Debret, elaborou-se uma análise visando conhecer as características da indumentária das escravas na cidade do Desterro (atual Florianópolis), na segunda metade do século XIX. Através de um estudo inicial, baseado em três categorias (modelos, cores e elementos distintivos), procurou-se sugerir atributos significativos da estética e do vestuário das mulheres cativas. Conclui-se que a indumentária das escravas não era composta apenas de "trapos encardidos", como pode sugerir o senso comum, mas constituída de elementos estéticos que demonstravam maneiras próprias de composição do traje. Ao final criou-se uma narrativa, pautada nos resultados da pesquisa, com o intuito de dar visibilidade à presença da mulher negra na Ilha de Santa Catarina, de modo a contribuir com subsídios para a história da indumentária no Brasil, sem o objetivo de defender a verdade histórica.