Descrição
O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a construção social da memória, analisando o processo de resignificação dos objetos no espaço museológico, problematizando o museu enquanto lugar de “preservação” de memórias. Relacionando opções teóricas com posições políticas, atentamos para as relações de poder inerentes ao processo de construção social de representações sobre o passado. A mudança de sentido dos objetos é o ponto de tensão hermenêutica que possibilita refletir sobre as relações sociais estabelecidas no processo de significação da cultura material. Enfatizamos a importância da pesquisa histórica em museus e analisamos o processo de produção de memórias a partir de três focos analíticos: as imagens construídas sobre os negros e a abolição, o olhar sobre o indígena das coleções etnográficas e os discursos sobre si construídos nos museus indígenas. A partir de uma reflexão teórica, demonstramos como, a partir da resignificação da cultura material, os museus se constituem enquanto espaços políticos de construção de sentidos sobre o tempo. A pesquisa sobre acervos museológicos possibilita, a partir da problematização da construção social do passado, avançar em direção a uma história social da memória.
Palavras-chave: Memória. Objetos. Museus. História Social.