Descrição
A Tese aborda a singularidade do modo expositivo dos museus de natureza em particular dos jardins botânicos brasileiros. Apresenta três características únicas e particulares do modo de narrar a natureza nos jardins que se relacionam diretamente com a coleção viva e o com espaço físico: 1) Os jardins entendidos como palimpsestos apresentam camadas de projetos expositivos que permitem entender a relação do homem com a natureza, em diferentes períodos históricos. 2) O processo de musealização se dá de maneira diferenciada nos jardins, pois as coleções vivas precisam cuidados especiais que envolvem outros passos na sua introdução no museu. 3) O potencial comunicativo dos museus de natureza é determinado pelo caráter de permanência da coleção, que por sua vez é dinâmica e encontra-se em constante transformação. Para tanto analisa de maneira comparativa a exposição da coleção viva de flora do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emilio Goeldi e a representação da Região Amazônica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro na atualidade, bem como se narra a concepção de ambas as exposições no início do século XX. Apresentam-se as diferenças entre ambas as exposições, que se baseiam nos contextos históricos nos quais surgem e a diferença temporal entre a concepção de cada uma. As semelhanças foram determinadas pelo caráter museal dos dois jardins botânicos, bem como por serem considerados jardins históricos. O trabalho inclui a comparação dos espaços e dos elementos naturalia e artificialia que configuram o espaço expositivo, assim como uma breve revisão da coleção viva, em especial de árvores-vestígio pertencentes à primeira camada expositiva e que se constituem em um patrimônio compartilhado de ambas instituições.