Descrição
Esse artigo é um recorte do projeto de pesquisa em andamento intitulado “Memórias múltiplas e patrimônio cultural em rede: o registro (auto)biográfico diante da ameaça da perda”, que busca registrar e organizar em rede as Histórias de Vida de pacientes acometidos por uma doença rara, neurológica crônica, conhecida como Esclerose Múltipla. O acervo (auto)biográfico produzido, acolhido pelo Museu da Pessoa, SP, fará parte da rede dos 17 mil depoimentos em áudio, vídeo e textos disponibilizados na rede mundial de computadores. As entrevistas são coletadas a partir da metodologia da História Oral, gravadas em áudio e vídeo e posteriormente transcritas em forma de textos que são também editados em narrativas biográficas. A produção de conhecimentos interdisciplinares em andamento e as análises das (auto)biografias coletadas não cessam de transbordar problematizações e, uma delas, será o objeto desse artigo. Trata-se do diálogo com esse acervo em construção e o campo do Patrimônio Cultural. Embora as Histórias de Vida dessa pesquisa sejam muito específicas, todas atravessadas pela experiência de conviver com uma doença neurológica rara, mas a problematização proposta é mais abrangente. As narrativas (auto)biográficas que materializam as Histórias de Vidas podem ser Patrimônios Culturais? Que critérios de elegibilidade tornam possível essa patrimonialização? A partir de ferramentas teóricas no campo da Memória, História e Patrimônio Culturalesse artigo sustenta, ao mesmo tempo em que problematiza, o argumento da centralidade e valorização das Histórias de Vidas de pessoas comuns como Patrimônio Cultural disponíveis no Museu da Pessoa.
