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‘A wound that aches yet isn’t felt […] a pain that rages without hurting’: Getting to know the identity of outsourced housekeepers through the bond of memory and social class||“É ferida que dói e não se sente, […] é dor que desatina sem doer”: Conhecendo a identidade de zeladoras terceirizadas por meio do vínculo da memória e da classe social
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Metadados
Descrição
Dealing with identities means facing multiple ways of walking a pathway. Each collective, each paradigm, each historical period, carries its own capacity to bring up new perspectives to the theme of identities. Bearing such assumption as standpoint and keeping interest for a collective or occupational identity, we aimed to know identity elements of an outsourced housekeeper group in a Brazilian federal public institution. In order to do so, we used the perspective of memory as an aid in the process of revelation and constituent element of identities, as well as the context of social class to seek the understanding of the reality learned in the field. As methodological procedures, we used a semi-structured interview with the cleaning team supervisor, two focus groups, individual narrative interviews with the eight housekeepers and a brief period of participant observation. The confirmation was that past memories are an essential part of understanding this collective identity and that the group has in common a profession that does not come from a choice based on skills or vocation, but from conditions of social vulnerability. The identity of the group is marked by: dramatic events, however, surrounded by gestures of solidarity; an intense and heavy daily work, marked by the hierarchy of distinctions; and a trajectory that is based on elements such as faith and daily dedication, so that, when playing a role in the system, they need to use conformism as a survival strategy. ||Tratar de identidades é estar diante de múltiplas formas de se trilhar um caminho. Cada coletividade, cada paradigma, cada tempo histórico, possui em si a capacidade de trazer sempre novos olhares à temática. Partindo desse pressuposto e mantendo o interesse por uma identidade coletiva profissional ou ocupacional, o objetivo deste estudo foi conhecer os elementos identitários de um grupo de zeladoras terceirizadas de uma instituição pública federal brasileira. Para isto, recorreu-se à perspectiva da memória enquanto auxiliar no processo de revelação e elemento constituinte das identidades, bem como ao contexto de classe social para buscar compreender a realidade apreendida em campo. Como procedimentos metodológicos foram utilizados uma entrevista semiestruturada com a supervisora da equipe de limpeza, dois grupos focais, entrevistas narrativas individuais com as oito zeladoras e um breve período de observação participante. A constatação foi que as lembranças passadas constituem parte essencial para a compreensão dessa identidade coletiva e que o grupo possui em comum uma profissão não proveniente de uma escolha baseada em aptidões ou vocação, mas sim de condições de vulnerabilidade social. A identidade do grupo é marcada por acontecimentos dramáticos, porém, cercados por gestos de solidariedade; um trabalho cotidiano intenso e pesado, marcado pela hierarquia das distinções; e uma trajetória que se apoia em elementos como a fé e a dedicação diária, de modo que, ao desempenhar um papel no sistema, precisam lançar mão do conformismo como estratégia de sobrevivência.
ISSN
2177-6229
Periódico
Autor
Santos, Viviani Teodoro dos | Araujo, Marivânia Conceição de | Cassandre, Marcio Pascoal
Data
13 de fevereiro de 2020
Formato
Identificador
http://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/view/csu.2019.55.3.11 | 10.4013/csu.2019.55.3.11
Idioma
Editor
Fonte
Ciências Sociais Unisinos; v. 55 n. 3 (2019): Setembro/Dezembro; 424-433 | 2177-6229 | 1519-7050
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion