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A Narrativa, a Experiência e o Videofone||A Narrativa, a Experiência e o Videofone
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Metadados
Descrição
Neste artigos, estamos interessados em compreender a figura do jornalista a partir do uso das novas tecnologias, em especial a imagem transmitida pela câmera do videofone. Num primeiro momento, chamamos a atenção para um comprometimento do jornalista com a narrativa do acontecimento transmitido em tempo real, simultâneo. Constatamos que o jornalista, neste tipo de transmissão, construída no tempo presente – denominamos de presente tudo aquilo que pode ser experimentado – é “contaminado pela narrativa” do acontecimento de tal maneira que ele se torna integrante dela. Desse modo, ele deixa de ser um simples informante do episódio, pois a narrativa integra sua própria experiência. Paradoxalmente, essa integração do jornalista à cena descrita é produzida por uma visão fixa, angular, da lente do videofone, uma “visão sem olhar”. Na tela, configura-se uma nova imagem, construída sem sujeito (cinegrafista), sem respiração, inerte, que não desliza pelo acontecimento e que, portanto, não o interpreta. É um novo registro imagético que explica tal paradoxo: o ajuste do olhar como peça intrínseca à máquina televisiva.||In this article, we are interested in understanding the role of the journalist with the arrival of new technologies, especially images broadcast through videophones. At the beginning, we focus on the commitment of the journalist toward the narrative of an event broadcast in real-time, simultaneously. We come to the conclusion that the journalist, in this kind of transmission, which is construed in the present tense (by ‘present tense’ we mean everything that can be experienced) is ‘tainted by the narrative’ of the event to the extent that he becomes part of it. Hence, he ceases to be a mere informer of the event, because its narrative becomes a part of his own existence. On the other hand, this merging of the journalist to the event he describes is brought about by a machine whose sight is fixed, warped, caught by the lens of a videophone, a ‘gazeless sight’. A new image is shown onscreen, devoid of subject (the cinematographer), breathless, motionless, which does not move within the event, and which, consequently, cannot give it meaning. A new imagistic register explains such paradox: the gaze has to adjust itself to become a part of television.
ISSN
1806-6925
Periódico
Autor
Monteiro, Eliana
Data
17 de junho de 2010
Editor
Fonte
Verso e Reverso; v. 17 n. 37: Ano XVII - 2003/2 | 1806-6925
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion