Descrição
Este artigo discute o conceito de relacionamento abusivo, pensando como a acusação de abuso emocional nas relações afetivas se configura como uma importante pauta política feminista em nossa sociedade, que articula subjetividade da vítima e cultura terapêutica. Se hoje predomina o gênero testemunhal como narrativa autobiográfica, sugerimos que a confissão moderna ocupava esse lugar antes e representava uma forma distinta de articular sofrimento e moralidade. Problematizamos os desdobramentos políticos desta nova retórica, questionando em que medida este discurso confere às mulheres autonomia em suas relações íntimas.