Descrição
Este ensaio tem como objetivo discutir os fluxos midiáticos entre mainstream e underground presentes na trajetória da cantora Madonna. Partimos da hipótese de Mustafa (2012), a de que a cantora se apropriou de movimentos, cenas e estéticas das culturas alternativas (“Vogue” e a cultura BDSM, por exemplo) e as visibilizou em contextos midiáticos mainstream, ressignificando temas da música pop. Também debatemos os fluxos contrários, ou quando as subculturas – compreendidas aqui a partir das perspectivas de autores pós-subculturalistas – ressignificam o pop e convocam o diálogo entre a cantora, suas cenas e seus gêneros musicais. Nossa discussão centra-se no caso das coletâneas-tributo Virgin Voices I e II (1999; 2000), lançadas pelo selo Cleopatra Records, no qual versões de Madonna aparecem regravadas em subgêneros relacionados à subcultura gótica. Como resultado, percebemos que mainstream e underground são categorias de análise fluidas e que dependem de seus contextos comunicacionais.
