Descrição
Este artigo é um recorte da pesquisa Dialogando com os camelôs no Beco do Paraguai em Jacobina Bahia: Propaganda, inferências e construção de sentidos, apresentado à disciplina Psicolinguística e o ensino de Língua Portuguesa no curso de Especialização em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus IV - Jacobina - BA. O objetivo foi perceber como os camelôs se comportavam diante das estratégias de leitura, especificamente, a inferência, mediante as propagandas por eles (não) elaboradas e analisar a construção de sentidos destinada a elas. Dialogamos com os seguintes autores: Kleiman (1993 e 2008), Goodman (1970), Smith (1973, 1978), Silva (2003), Macedo (2000), Sandman (2007) e Madruga (2006). Foi uma pesquisa qualitativa pautada na perspectiva da Etnopesquisa. Utilizamos a entrevista semiestruturada, aplicação de questionário aberto, a observação participante, gravação de áudio, além de anotações no diário de bordo. A opção em trabalhar com a estratégia de leitura inferencial possibilitou materializar as formas de propagandas dos camelôs, visto que são relevantes para a vida profissional. Trouxe como resultados a percepção de uma leitura analítica por parte dos camelôs, em que nos distanciamos das abordagens meramente linguísticas para uma abordagem social, centrada nos pressupostos da Psicolinguística. Enfim, propiciou a instrumentalização para a vida profissional já que os camelôs possuem efetiva participação social nas estratégias de leitura ao venderem seus produtos/mercadorias no comércio informal, mesmo não se dando conta das teorias que estão subjacentes às práticas de leituras e à formação leitora, bem como as propagandas que ali estão subjacentes.