Descrição
No romance Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá, Lima Barreto promove uma importante discussão sobre a relação do teatro brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro, entre meados do século XIX e início do XX, e um suposto papel civilizatório e modernizante atribuído pelos intelectuais brasileiros desse período. Neste artigo, procuro percorrer alguns desses discursos que atribuíam essa função ao teatro para depois comparar com a perspectiva crítica adotada por Lima Barreto ao desvelar o aspecto provisório de nossa modernidade periférica e dependente. Nesse sentido, percorro também trechos do Diário Íntimo e algumas crônicas do autor que se articulam com as questões encenadas em Vida e Morte.||In the novel Vida e Morte de Morte de M. J. Gonzaga de Sá [Life and Death of M. J. Gonzaga de Sá], Brazilian author Lima Barreto sets up an important discussion on the relation between the theater produced in the city of Rio de Janeiro (from mid nineteenth century to the beginning of the twentieth century) and its supposed civilizing and modernizing role that Brazilian intellectuals assigned to it at that time. The aim of this paper is to closely examine these assumptions on the role of the theater in order to compare them to Lima Barreto’s critical view, in which the author reveals the temporary nature of Brazilian’s peripheric and dependant modernity. Thus, I also take a close look on passages from Barreto’s Diário Íntimo [Personal Journal] and on a few of his chronicles that have similar questions to the ones brought up by Vida e Morte.