Descrição
O artigo pretende refletir, a partir da fenomenologia, sobre as relaçõeshumanas em um cenário no qual a vida é ceifada de forma abrupta eem proporções globais. E nessa trama, presente a questão do estranhamentoe da violência em formas mais sutis ou declaradas. Essa proposição, por seuteor, atravessa, também a relação do sujeito consigo mesmo. A abordagempõe em perspectiva, a vida e a morte como elementos que intensificam outrosenfrentamentos filosóficos, como a finitude, o abandono e a solidão. Nestesenfrentamentos, a reflexão traz à lume o pensamento fenomenológico, dianteda fragilidade da tensão, contida na volatilidade do compromisso entre sereshumanos, no processo cooperativo para conservação da vida. A fenomenologiaproposta pelo texto repõe, em dialética, a questão do mundo da vida, enunciadapor Edmund Husserl, em sua tese ontológica e, em sequência, tambémdetendo-se na ética material dos valores de Max Scheler, no desafio impostopor uma conjuntura de perdas não reparáveis e na potencial forma de violênciamoral das reações humanas a eventos dessa natureza. E, por fim, a prospecçãoacerca das ações e falas do sujeito, nessa delicada dinâmica vital, são avançadasem ponderação com o sentimento de vida e na presença do sentimento de crise,em desdobramentos mais amplos daquilo que Husserl chamou de crise deuma Europa espiritual, tendo-a como crise da própria humanidade, dentro daqual, a fenomenologia foi concebida e, como a filosofia fenomenológica, lançou reflexões sobre o problema que colocava em condição de aniquilação um projeto de humanidade.Palavras-chave: Fenomenologia. Perda. Mundo da vida. Ética. Valores. MaxScheler. Edmund Husserl.