Descrição
Existe uma crescente pressão para que profissionais do entretenimento – incluindo jogos – consigam refletir sobre as representações midiáticas de raça, gênero e orientação sexual de forma socialmente responsável. O presente artigo relata a experiência de desenvolver o jogo Trevo, um jogo digital infantil, em um mundo de fantasia que aborda a temática da luta contra a discriminação de gênero, raça e orientação sexual. O objetivo é descrever e problematizar as decisões e dilemas encontrados, visando a auxiliar outros profissionais da indústria a tomarem decisões ética e comercialmente coerentes. Os principais temas abordados no presente estudo são: o uso de metáforas para evocar a reflexão crítica sobre a realidade do jogador; a escolha dos atributos de cada personagem, contrastando-os com os estereótipos nocivos aos grupos representados; a decisão sobre representar a luta contra as formas de opressão como parte da narrativa que acompanha as personagens; os riscos do apagamento de personagens com características consideradas caricatas; a importância de criar outras narrativas para personagens, além daquelas derivadas de seus marcadores de gênero, raça, classe social, entre outros fatores, bem como a representação das formas de libertação de sujeitos marginalizados.
