-
Os contos insólitos “El otro”, de Borges, e “Ideias do canário”, de Machado: desconstrução do dogmatismo científico por meio da ironia.
- Voltar
Metadados
Descrição
Este artigo tem o objetivo de fazer uma comparação entre duas obras literárias, tendo como base uma mesma chave de leitura. A partir de ideias trazidas por Nietzsche (2008) e Foucault (1999), faz-se uma análise acerca da construção do conhecimento, do valor da verdade para esta sociedade e, enfim, dos dogmas construídos a partir disso. Tentou-se demonstrar que tanto Jorge Luis Borges quanto Machado de Assis trabalham com essas perspectivas dentro dos dois contos selecionados, utilizando uma linguagem fortemente irônica, a fim de mostrar as formas ultrapassadas de alguns discursos acerca do conhecimento (que circulavam no contexto de produção das narrativas). Com isso, é possível inferir que os autores buscam provocar uma reflexão: de que o excessivo valor que se dá à ciência leva a humanidade a um dogmatismo emburrecedor, tendo em vista que a ciência e a filosofia não têm todas as respostas para as questões humanas. Contudo, é importante observar que o conto de Machado de Assis circulou no final dos anos 80 do século XIX, enquanto que a narrativa do argentino Jorge Luis Borges fora publicada na metade da década de 70 do século XX. Nesse sentido, observou-se que a estratégia de representação literária deles diverge, uma vez que Borges fala de um conhecimento filosófico e Machado do conhecimento científico.
ISSN
1984-4018
Periódico
Autor
Librenz, Patrícia | Guizzo, Antonio Rediver
Data
5 de dezembro de 2018
Formato
Identificador
https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/7126 | 10.30612/raido.v12i29.7126
Idioma
Relação
https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/7126/4749 | /*ref*/ASSIS, Machado de. Ideias de Canário. In: Páginas Recolhidas (1899). Obras completas II – Coletânea de Contos. [Ebook para Kindle] | /*ref*/BORGES, Jorge Luis. El Otro. In: Libro de arena (1975). Cuentos Completos – Jorge Luis Borges. [Ebook para Kindle] | /*ref*/BRAIT, Beth. Ironia em perspectiva polifônica. 2ª. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2008. | /*ref*/CAVALHEIRO, Juciane; FONSECA, Rosa Maria Tavares. O duplo em Borges: Análise dos contos “O outro”, “O sul”, “O inverossímel impostor Tom Castro” e “O morto”. In: Anuário de Literatura, ISSNe: 2175-7917, vol. 16, n. 1, 2011. p. 154-170. | /*ref*/FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. São Paulo: Edições Loyola, 1999. | /*ref*/FRANÇA, Julio. O insólito e seu duplo. Organizadores: Flavio Garcia, Marcus Alexandre Motta. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009. Texto de Apresentação: p. 7-14. | /*ref*/MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira. Vol. II. 4ª. ed. São Paulo: Cultrix, 2001. | /*ref*/NIETZSCHE, Friedrich. Sobre verdade e mentira. Tradução e organização de Fernando de Moraes Barros. São Paulo: Hedra, 2008. | /*ref*/VERSIANI, Daniela Beccaccia. Saramago, Borges, Collodi, Calvino: Calvino, Collodi, Borges, Saramago. In: O insólito e seu duplo. Organizadores: Flavio Garcia, Marcus Alexandre Motta. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2009. p. 225-265.
Direitos autorais
Direitos autorais 2018 Raído
Fonte
Raído; v. 12, n. 29 (2018); 37-49 | 1984-4018
Assuntos
Letras, Literatura e Artes | Jorge Luis Borges. Machado de Assis. Crítica ao dogmatismo. Ironia.
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion