-
Extermination as correction: the necropolitics and the romance Assim na terra como embaixo da terra, by Ana Paula Maia||O extermínio como correção: a necropolítica e o romance Assim na terra como embaixo da terra, de Ana Paula Maia
- Voltar
Metadados
Descrição
In this article, we want to discuss the novel Assim na terra como embaixo da terra (2017), by Ana Paula Maia. The work invites us to think about the penal system in an apparent extreme situation, in which prisoners are murdered by the administrator of a Penal Colony. It turns out that this scenario is not foreign to the current Brazilian State, in view of the mass incarceration and the resurgence of policies for exterminating certain social and ethnic-racial groups under the pretext of violence control. These extermination practices can be understood from the necropolitics, a type of dynamic in which the State manages death to guarantee public order. These ideas are confronted by the novel, making us question whether the penal system is not one of the institutions that legitimize necropolitics in order to silence economic and social problems.||Neste artigo, queremos discutir o romance Assim na terra como embaixo da terra (2017), de Ana Paula Maia. A obra nos convida a pensar no sistema penal numa aparente situação-limite, em que presos são assassinados pelo administrador de uma Colônia Penal. Acontece que esse cenário não é estranho ao atual Estado brasileiro, tendo em vista o encarceramento em massa e o recrudescimento das políticas de extermínio de certos grupos sociais e étnico-raciais sob o pretexto da contenção da violência. Essas práticas de extermínio podem ser entendidas a partir da necropolítica, um tipo de dinâmica em que o Estado gerencia a morte para a garantia da ordem pública. Essas ideias são confrontadas pelo romance, fazendo-nos questionar se o sistema penal não é uma das instituições que legitimam a necropolítica a fim de silenciar os problemas econômicos e sociais.
ISSN
1984-4018
Periódico
Autor
Morais, Maria Perla Araújo
Data
17 de novembro de 2020
Formato
Identificador
https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/11916 | 10.30612/raido.v14i35.11916
Idioma
Relação
https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/11916/6317 | /*ref*/ALEXANDER, Michelle. A nova segregação; racismo e encarceramento em massa. Trad. Pedro Davolglio. São Paulo: Boitempo, 2017. | /*ref*/BENJAMIN, Walter. Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem do homem. In: ______. Escritos sobre mito e linguagem (1915-1921). Trad. Susana Kampff Lages e Ernani Chaves. São Paulo: Livraria Duas Cidades, Editora 34, 2011. | /*ref*/BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de janeiro: Zahar, 2007 | /*ref*/ECO, Umberto. O fascismo eterno. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 2018. | /*ref*/FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005. | /*ref*/FOUCAULT, Michel. A sociedade punitiva. Trad. Ivone C. Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2015. | /*ref*/GRUPO DE TRABALHO COVID-19 DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Isolamento social vertical é ineficaz para conter a pandemia COVID-19 (coronavírus). 5 de abril de 2020. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/126YvM4ornYByit3jKQaeZjLMNEsuuYbs/view Acesso em 17/04/2020. | /*ref*/MAIA, Ana Paula. Assim na terra como embaixo da terra. Rio de janeiro, São Paulo: Record, 2020. | /*ref*/GRÜNNAGELL, Christian. “Ir aonde ninguém quer ir”: entrevista com Ana Paula Maia. Estudos de literatura brasileira contemporânea. n. 45, p. 351-371, jan./jun. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/elbc/n45/2316-4018-elbc-45-00351.pdf Acesso em 19/04/2020. | /*ref*/MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1 edições, 2018. | /*ref*/MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Trad. Roland Corbisier e Mariza Pinto. 2 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. | /*ref*/ORWELL, George. 1984. Trad. Alexandre Hubner e Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. | /*ref*/RANCIÉRE, Jacques. O dissenso. In: NOVAES, Adauto (org.) A crise da razão. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras,1996. | /*ref*/SAFATLE, Vladimir. Bem-vindo ao Estado suicidário. Disponível em: https://n-1edicoes.org/004 Acesso em 14/04/2020.
Direitos autorais
Direitos autorais 2020 Raído | https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/
Fonte
Raído; v. 14, n. 35 (2020); 186-204 | 1984-4018
Assuntos
Biopower. Necropolitics. Suicidal State. Penal system. Ana Paula Maia. | Letras; Literatura Brasileira | Biopoder. Necropolítica. Estado Suicidário. Sistema penal. Ana Paula Maia.
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion