Descrição
Este texto tem como mote de reflexão as homenagens aos negros, homens e mulheres, inscritas nas ruas e praças de São Paulo, em tempos distintos, do período republicano. Os escolhidos se projetaram no cenário nacional pelas suas realizações e pelas causas que defenderam em sua contemporaneidade. Algumas homenagens expressam o reconhecimento do protagonismo dos negros na defesa da abolição da escravidão, a exemplo do busto pago pelas lideranças negras, dedicado ao poeta Luiz Gama, afixado no Largo do Arouche (nov/1931). E, ainda, os nomes de ruas dedicados aos engenheiros André Rebouças (abolicionista) e Theodoro Sampaio. Simbolicamente a escultura Mãe Preta (inaugurada em jan/1955 no Largo do Paissandu), sintetiza o momento de negociação entre as elites brancas e as lideranças negras, na disputa pela memória e pela inserção do grupo nos acontecimentos do IV Centenário da Cidade de São Paulo em 1954. Objetiva-se, portanto, arguir o sentido e o alcance dessas homenagens.