Descrição
A pergunta que orienta esta reflexão nos conduz ao cerne da postura crítica de Schopenhauer em relação a Kant. Se, por um lado, o filósofo de Frankfurt nos oferece uma interpretação peculiar que parece se afastar do pensamento kantiano, por outro, parece ter como intenção apenas retificar os erros que considera estarem contidos nessa filosofia que, para Schopenhauer, não esclarece devidamente a relação entre intuição e conceito. A estrutura do pensamento kantiano, a sua arquitetônica, é rejeitada por Schopenhauer como um retorno ao racionalismo escolástico, que se mostra na supremacia da ordenação lógica do pensamento em relação à efetividade. Isso se reflete no que Schopenhauer denomina “o amor à simetria” de Kant, que o faz montar a sua tábua de categorias simétricas, esquecendo-se da autonomia do objeto da intuição, a ser garantida, segundo o filósofo de Frankfurt, pelo papel que o entendimento exerce na intuição imediata dos objetos.