Descrição
O presente artigo tem por objetivo expor a evolução do ensaio dentro da obra de Roland Barthes, colocando em evidência suas relações com a ficção. A título de exemplo, analisaremos “E então, a China?”, ensaio de 1974, pouco conhecido na obra do escritor e que, à época, causou celeuma, em razão do momento extremamente politizado em que foi publicado. Procuraremos mostrar como o texto foi lido segundo os parâmetros próprios a um ensaio científico, argumentativo, sem, contudo, atender a eles, o que resultou em ataques ao escritor. Enfatizaremos a proposta estética do ensaio, que só adquire seu sentido pleno se for lido como dramatização de uma vivência, escrita literária, ou, no termo de Barthes, uma escritura.