Descrição
O presente texto pretende desenvolver uma reflexão sobre o romance mais recente de Silviano Santiago: Machado (2016b). Já estudado por suas incursões pela ficcionalização de Graciliano Ramos depois do cárcere, no Em liberdade (1981), e da viagem de Antonin Artaud ao México, no Viagem ao México (1995), o escritor agora aventura-se na celebração do universo de Machado de Assis. A narrativa de 2016, ao perfazer uma mistura entre romance, ensaio, biografia e crítica de costumes, dedica-se a retomar os últimos anos do mais aclamado romancista da literatura brasileira, em seu ocaso de melancólica viuvez e crises nervosas. A abordagem se propõe a enlaçar a perspectiva da assinatura como identidade móvel e em constante processo de mutação com o legado da antropofagia, em que a apropriação criativa da contribuição do outro celebra um horizonte compartilhado como ponto de fuga.