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No Bulgaria exists: travel and nonexistence in O púcaro búlgaro, by Campos de Carvalho||No existe Bulgaria: viajes e inexistencia en el Pucaro búlgaro, de Campos de Carvalho||Nenhuma Bulgária existe: viagem e inexistência em O púcaro búlgaro, de Campos de Carvalho
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Metadados
Descrição
The article analyzes the last novel written by Campos de Carvalho, O púcaro búlgaro (1964), through the ideas of travel and nonexistence. It also seeks some of the critical and narrative consequences of the deadlock between the promises of an “expedition to the fabulous kingdom of Bulgaria” made by the soon-to-be narrator with the eloquence of a well-experienced traveler and his constant postponement throughout the novel. By means of a style most often inexact and fabulous, always verbiage and exaggerated, the narrator of this expedition becomes complex not by demonstrating his expertise on what is supposedly the object of his interest (the bulgarian vase) but rather because, on the contrary, he spins in the void. And by doing so, in this circuit he can only “wander about nothing”, as he says himself, while he’s unable to see a reason for writing the diary. In a critical and ironic way this impasse dialogues with a certain tradition of travel stories as it appropriates some of its assumptions, such as the narrator’s reliability and obsession with classifications, to make them a joke; on the other, in the attempt to make a highly experimental novel, it also borrows the principle formulated by Breton in the “Surrealist Manifesto”, according to which “existence is elsewhere”. In this way, the novel written by Campos de Carvalho could be thought of as a disarming experience of our way of reading the national travel accounts, by mimicking such narrators and exposing their limits.||El artículo analiza la última novela de Campos de Carvalho, el Pucaro búlgaro (1964), a través de las nociones de viaje e inexistencia. Y trata de mostrar algunas consecuencias críticas y narrativas del estancamiento entre la promesa de una "expedición al Fabuloso Reino de Bulgaria" -hecha por el narrador inmediatamente saliendo con la elocuencia de un viajero tardío- y su constante aplazamiento a lo largo de la novela. A través de un estilo más a menudo inexacto y fabuloso, siempre detallado y exagerado, el narrador de esta expedición se vuelve complejo no dominando el tema que supuestamente es el objeto de su interés (el Pucaro búlgaro) y sí porque, por el contrario, gira en Vacío. Y en ese giro sólo se puede "devorar la nada", como él mismo dice, mientras que él no entra por la razón de escribir el diario. Este impasse, por un lado, habla crítica e irónicamente con una cierta tradición de informes de viaje, ya que se apropia de algunas de sus suposiciones, como la fiabilidad del narrador y la obsesión con las clasificaciones, para que sean objeto de broma; Por otro lado, en un intento de llevar a cabo una novela altamente experimental, tomando prestada el principio que Bretón formula en el "Manifiesto del surrealismo", según el cual "la existencia está en otro lugar", a saber, en Bulgaria, que no existe. De esta manera, la novela de Campos de Carvalho podría considerarse como una experiencia de descuidar nuestra forma de leer los informes nacionales de viajes, imitar a esos narradores y exponer - al ridículo - sus límites. Esa es la hipótesis que propones.||O artigo analisa o último romance de Campos de Carvalho, O púcaro búlgaro (1964), por meio das noções de viagem e inexistência. E procura mostrar algumas consequências críticas e narrativas do impasse entre a promessa de uma “expedição ao fabuloso reino da Bulgária” – feita pelo narrador logo de saída com a eloquência de um viajante tarimbado – e seu constante adiamento ao longo do romance. Por meio de um estilo na maioria das vezes inexato e fabuloso, sempre verborrágico e exagerado, o narrador dessa expedição torna-se complexo não por dominar o assunto que supostamente é objeto de seu interesse (o púcaro búlgaro) e sim porque, ao contrário, ele gira no vazio. E nesse giro só pode “devanear sobre o nada”, como ele próprio diz, enquanto não atina para a razão de escrever o diário. Tal impasse, de um lado, dialoga de modo crítico e irônico com certa tradição dos relatos de viagem à medida que se apropria de alguns dos seus pressupostos, como a confiabilidade do narrador e a obsessão pelas classificações, para fazer deles objeto de piada; de outro, na tentativa de realizar um romance altamente experimental, toma de empréstimo o princípio que Breton formula no “Manifesto do surrealismo”, segundo o qual a “existência está em outro lugar”, ou seja, na Bulgária, que não existe. Desse modo, o romance de Campos de Carvalho poderia ser pensado como uma experiência de desarme da nossa maneira de ler os relatos de viagem nacionais, ao mimetizar tais narradores e expor – ao ridículo – os seus limites. É a hipótese que se propõe.
ISSN
0103-183X
Periódico
Abrangência
Brazil; Contemporary | Brasil; Contemporáneo | Brasil; Contemporâneo
Autor
Rosa, Victor Luiz da
Data
12 de junho de 2019
Formato
Identificador
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8652490 | 10.20396/remate.v39i1.8652490
Idioma
Fonte
Remate de Males; Vol. 39 No. 1 (2019): Dossier: Literature and the arts after the iconic turn; 389-402 | Remate de Males; Vol. 39 Núm. 1 (2019): Dossiê: La literatura y las artes después del giro icónico; 389-402 | Remate de Males; v. 39 n. 1 (2019): Dossiê: A literatura e as artes depois da virada icônica; 389-402 | 2316-5758
Assuntos
Campos de Carvalho | Relato de viagem | Inexistência. | Campos de Carvalho | Informe de viaje | Inexistencia. | Campos de Carvalho | Travel story | Nonexistence.
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion | Revisão literária | Literary review | Revisión de la literatura