Descrição
Este artigo tem o objetivo de analisar o romance O Crime do Padre Amaro, destacando as relações entre a sua criação e o processo de sensibilização estética e política que marcou as representações literárias de Eça de Queiroz. Discute-se de que forma a obra pode ser pensada, em sua própria configuração e significados, como produto e produtora das contradições inerentes ao debate em torno do liberalismo e do catolicismo em Portugal, na segunda metade do século XIX. Para tanto, analisaram-se as adaptações realizadas nas diferentes edições do romance, bem como o enredo da obra e sua recepção pela crítica no contexto oitocentista.