Descrição
Tese de Doutorado em Sociologia defendida em maio de 2004 na Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Campus de Araraquara e desenvolvida com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Por mais que tenham avançado as discussões acerca do tema da industrialização e das origens do empresariado industrial no Brasil, passado um quarto de século o conteúdo crítico de tal ponderação não perdeu totalmente a razão de ser. No caso da dinâmica de industrialização de São Paulo, por exemplo, a idéia de um processo de surgimento e expansão da estrutura fabril baseado no binômio café/indústria continua sendo, como na essência da crítica de Martins, o referencial predominante para a maioria dos estudos realizados. O problema não se situa, certamente, na validade explicativa da interpretação, mas na sua aplicação de forma quase exclusiva na análise dos mais diversos processos de industrialização que tiveram lugar no território paulista ao longo do século XX. Neste aspecto, o risco de que a evidência empírica venha a sucumbir à força de uma teoria já consagrada é uma possibilidade que muitas vezes se comprova na prática, numa espécie de subversão da máxima apregoada por Giovanni Sartori segundo a qual “a lógica não pode substituir a evidência”.