Descrição
RESUMO: O objetivo desse artigo é problematizar, dentro das relações sociais de poder, as práticas simbólicas que orientavam a religiosidade vinculada às legitimações de poder na cidade de Boa Vista, extremo norte de Goiás, entre as décadas de 1840 e 1860. O simbolismo religioso, expresso em rituais de fé e de submissão, permeado por um catolicismo popular, articula-se às demandas de dominação política e econômica, típicas das práticas de mandonismo e de coronelismo brasileiro. Tal simbolismo, ainda, constrói uma economia de trocas simbólicas das quais surgem sofisticadas estratégias de dominação, resistência e negociação entre religiosos, coronéis e sertanejos. A realidade em Boa Vista entre as décadas de 1840 e 1860 foi um jogo em que política e religiosidade constituíram campos de poder nos quis as fronteiras do sagrado e do profano constituíam a arena privilegiada de atuação de Frei Francisco de Monte São Vitor.