Descrição
Com a ditadura militar instaurada no Brasil a partir de abril de 1964, especialmente as classes artística, operária e acadêmica impuseram-se como setores atuantes de oposição. Nas artes cênicas, o desejo de intensificar tais discursos se desenvolveu em um fazer teatral que refletiu os principais problemas sócio-políticos em todo o Brasil. O objetivo deste texto é traçar um panorama desta produção, observando casos diversos como Opinião, Arena, Oficina, Asdrúbal Trouxe o Trombone, Ornitorrinco, até chegar na região norte, com os grupos De Olho na Coisa, do Acre, e, com foco especial na trajetória das artes cênicas produzidas no Amazonas, concentrando o olhar, por fim, na atuação do Teatro Experimental do Sesc, o Tesc, grupo de maior longevidade na região. Observou-se que a perspectiva da intervenção social foi fundamental para introduzir linguagens diferentes daquelas das formas clássicas de encenação, que sedimentaram feições modernas de fazer teatral, e colocaram em tônica a crítica aos problemas sociais.