Descrição
Este estudo se propõe a refletir o rádio que atua em cobertura de eleições. Para tanto, com base em Borrat (1989), mostramos como este se constitui enquanto ator político, uma vez que, em contato com outros atores sociais, constrói seu cálculo estratégico e afeta o processo de tomada de decisões no sistema político. Essa perspectiva parte de uma lógica bastante diferenciada para compreender como o rádio atua em campanhas eleitorais (também tida como um conflito noticiável). Trata-se de uma atuação específica, pois se dá por meio da ação humana (suas equipes produtivas), que ao apresentar a informação acaba oferecendo finalidades, aprofundamentos e orientações para a audiência. A análise empírica destaca a cobertura da Rádio Gaúcha de Porto Alegre durante a campanha municipal de 2016. Tem como eixos centrais a caracterização da emissora enquanto ator político, seu discurso polifônico e as estratégias de atuação na situação de conflito. É possível afirmar que a rádio gaúcha não só narrou o conflito noticiável, como também ocupou um lugar de liderança ao se posicionar enquanto tal. Ou seja, atuou como mediadora frente aos processos políticos e à campanha, mas também foi um ator político ativo, interferindo na agenda pública e no discurso político.