Descrição
Este artigo aborda o rap como movimento simultâneo de retomada e construção da memória da coletividade negra, articulando entrecruzamentos, sobreposições e transições entre as modalidades da memória individual, comunicativa e cultural. Para esta discussão, um videoclipe de rap foi deslocado de seu gênero fílmico original, observando as enunciações dos rappers como relatos testemunhais e registros documentais na elaboração do genocídio negro, fortalecendo o elo de continuidade entre as dimensões histórica e contemporânea das relações raciais no Brasil. A partir dessa fundamentação, este artigo analisa a narrativa discursiva e imagética do videoclipe “Mandume” como articulação da memória na reconstrução da identidade coletiva negra.