Descrição
Este artigo aborda as relações de poder imbricadas nos discursos dos regimes pré- e pós-revolução no Irã no que diz respeito à ressignificação dos corpos das mulheres iranianas em ambos os períodos. A partir da perspectiva de Michel Foucault (1985) e de Joan Scott (1995), no que diz respeito ao binômio poder-saber e ao gênero enquanto categoria de análise, respectivamente, problematiza também os fenômenos desse recorte temporal para dar a ver o papel dessas mulheres enquanto sujeito ativo na produção de oposições e na ressignificação de si mesmas. Dessa maneira, o texto evidencia que a materialização compulsória dos corpos nunca é totalmente completa, pois necessita reiterar-se constantemente devido às resistências agenciadas por eles. A exemplo disso, neste texto, trazemos uma análise do véu em seus aspectos biolítico e disciplinar e como, na história recente iraniana, foi ele meio de resistência, mas também dispositivo de conformação e dominação.