Descrição
este artigo propõe uma análise do filme Era o Hotel Cambridge (Eliane Caffé, 2017) para compreender como os procedimentos colaborativos entre subjetividades heterogêneas que permeiam o fenômeno da ocupação são apropriados por uma equipe cinematográfica ao mesmo tempo incorporada pelo movimento de militância e mobilizada em suas lutas. Se esta é uma ficção produzida a partir de um local real, também aqui o local é reinventado no processo. A questão da alteridade pode ser percebida em várias camadas documentais, e a montagem de imagens “outras”, heterogêneas, reproduz uma política da estética que desestabiliza uma autoridade centralizada de enunciação do “outro” pelo “eu”.