Descrição
Os estudos das relações raciais no Brasil foram constituídos a partir de uma comparação com os Estados Unidos. Um dos aspectos mais destacados desta comparação foi a existência de uma escala classificatória da cor com mais de 300 termos empregados para a auto-classificação da cor no Brasil, em oposição ao sistema binário americano. Em que pese estas inúmeras possibilidades de classificação, os indicadores sociais de renda e escolaridade apontavam para a existência de somente duas categorias: branco e negro. A partir dos anos 1970 e das demandas dos movimentos negros temos constatado a emergência de um discurso afirmativo da identidade negra e a recusa deliberada do uso dos inúmeros termos de cor. Do ponto de vista político, essa demanda obteve êxito, pois demonstrava a existência de um país dividido. O objetivo deste texto é estabelecer um diálogo com a teoria queer, principalmente, no que se refere com as questões relativas à identidade étnico-racial e de sua importância na conquista de direitos no contexto brasileiro.