Descrição
Este artigo propõe uma leitura de Coivara da memória como romance moderno que atualiza o regionalismo tradicional de concepção monológica a partir da experiência temporal do narrador e na estruturação do enredo ordenado pela ficcionalização da memória. O narrador experimenta a recuperação do passado tencionada com o tempo presente. Essa contradição de base atualiza o componente regionalista da obra e dissipa sua concepção unificadora e totalizante, integrando-a aos demais elementos narrativos que configuram as contradições da modernidade. Revela, assim, os paradoxos e as descontinuidades que emergem da narrativa expondo o caráter imaginário da memória e da percepção regionalista que, unificada no todo ficcional da obra, integra o encontro e embate de vozes que se realizam na estrutura polifônica do romance.