Descrição
A partir da análise do conto "Os desastres de Sofia", este trabalho objetiva mostrar que a obra de Clarice Lispector constrói um diálogo entre literatura e filosofia, isto é, a autora inventou uma literatura do pensamento, questionante, provocante, filosofante, que toca diretamente o sistema nervoso e cerebral do leitor, despertando o pensador que estava adormecido dentro dele. Conclui-se que Clarice não é filósofa, mas faz uma literatura reflexiva, indagadora, problemática que apresenta afinidades com o pensamento filosófico. O diálogo da literatura com a filosofia constitui-se em recurso lícito e necessário, de caráter intertextual, que serve à escritora para pensar e elaborar as suas idéias, o seu texto híbrido que se encontra sempre no meio, entre as coisas, entre as linhas.