Descrição
O artigo traz os resultados da análise de dois livros Manuais de meados do século XX, publicados entre 1940 e 1960 com o propósito de orientar ações educacionais. A partir do referencial teórico da Análise de Discurso francesa analisamos sequências discursivas, recortadas a partir de hipóteses construídas ao longo da leitura destes manuais focadas nos conceitos de memória discursiva e arquivo. Os estudos do campo da História da Infância e da educação infantil foram fundamentais para articular as análises ao conceito de memória discursiva. Nos manuais analisados foram apontadas algumas evidências ideológicas em torno da nomenclatura utilizada por funcionarem como dispositivo de interpretação ancorado na memória discursiva do Comportamentalismo e do discurso pedagógico conforme visto em Foucault. A análise mostra que há efeitos de evidência de sentido voltados a um modelo de criança ideal, bem como a legitimidade de um lugar discursivo da criança e sobre educação infantil que se consolida no jogo entre a memória discursiva e o arquivo.