Descrição
O objetivo deste artigo é analisar as visões circulantes em terreiros de umbanda da cidade do Rio de Janeiro a respeito do chamado povo de rua. Para tal, utiliza como base a teoria das representações sociais e observações participantes. Três das casas observadas, que possuem perfis diversos, foram escolhidas para estudos de caso. Os resultados mostram que os Exus são compreendidos como as entidades umbandistas de maior afinidade com os encarnados e seu contato com eles, através do trabalho para a caridade, é representado como o que permitirá sua transmutação. As premissas kardecistas da reencarnação e da evolução dos espíritos fazem da noção de movimento o princípio organizador da representação das tipologias umbandistas e do Exu o ícone do estado transitório do ser no caminho evolutivo. Os sentimentos profanos que algumas casas entendem que Exu carrega tornam acessíveis aos adeptos o pensamento e o fazer doutrinário umbandista, chamando-os à mudança.