Descrição
O argumento da simplicidade da alma tem uma elevada aceitação entre os filósofos racionalistas que objetivam fundamentar a tese da imortalidade da alma. Este é o caso de Mendelssohn, que, ao revigorar o Fédon de Platão, aprimora este argumento, bem como a demonstração da incorruptibilidade da alma. Entendido como uma notável referência no Iluminismo alemão, confrontamos seus argumentos com as objeções kantianas às provas teóricas da imortalidade da alma. Assim, constatamos que seu argumento da simplicidade da alma pode ser compreendido entre aqueles que Kant qualifica como paralogismo transcendental, e que sua defesa da incorruptibilidade da alma não se sustenta, quando se respeitam as condições de uso objetivo dos conceitos puros do entendimento. Ao articularmos estas discussões, podemos esclarecer a sagacidade de Mendelssohn e ressaltar a precisão das objeções de Kant, as quais são decisivas no desenvolvimento histórico da psicologia.