Descrição
A tragédia, como gênero literário, é enraizada na realidade social, mas não reflete essa realidade, ela a questiona e a contesta em seus valores fundamentais, suscitando a compaixão e o terror que tem por objetivo a catarse das emoções. Freud extraiu desse corpus mítico as bases para a fundamentação da psicanálise, que tem por estrutura um complexo inconsciente cujo conteúdo é semelhante àquele do enredo da tragédia grega Édipo-Rei, de Sófocles. Nessa perspectiva, o artigo se desenvolve em quatro direções que estão interligadas: busca na História a designação de mitologia e mito; vislumbra a tragédia como expressão do pathos e do logos; resgata a falta trágica que precede a história do herói vista como fatalidade - que representa a essência da tragédia e, ainda, apresenta elaborações de Freud e Lacan, que tomam a tragédia para falar daquilo que é a-histórico, presente na subjetividade.