Descrição
O presente artigo tem por objetivo uma reflexão sobre a produção de portulanos, realizada, principalmente, em Maiorca, ilha entreposto do comércio estabelecido através do Mar Mediterrâneo entre cidades produtoras do Oriente e as cidades consumidoras do Ocidente. O artigo procura entender materiais e características técnicas desta produção assim como a origem do conhecimento neles representado. Esse momento, o da produção de portulanos, é o momento em que a produção cartográfica passa por uma mudança bastante significativa de enfoque abandonando, ainda que lentamente, a antiga forma OT, com função ideológica bem definida e assumindo a tendência mercantil, que começava a dominar os interesses das elites ibéricas. O presente artigo destaca o conhecimento, técnicas e materiais representados no Atlas Catalão : tábuas astronômicas, calendários, utilização de bússolas e rosa dos ventos, localização de lugares distantes, assim como pergaminho e sua técnica de iluminura para efetivar a ilustração e confecção dos mapas que compõem o mappamundi em que ele se transforma ao ser visto de forma aberta – procurando relacioná-los com seus possíveis produtores, detectando suas fontes e formas de transmissão até sua materialização na conhecida escola maiorquina de cartografia, fato questionado por alguns autores.