Descrição
Tempos como o que estamos vivendo nos remete a distintas reflexões. Tempos em que cuidados individuais e coletivos se tornam ainda mais importantes. Este é um momento de instabilidade econômica e política, provocado por uma pandemia e pelo desencontro empregado por pensamentos limitados e tomadas de decisões negligentes, avessas aos avanços referentes a tolerância e a otimização de cenários prospectivos. Partindo do pressuposto que o conceito de crise conota da ideia de perturbação ocasional, parece ser o momento adequado para que revisemos o que realmente estamos fazendo e como podemos melhorar. Transformar o mundo ao mesmo tempo em que permanentemente o reinterpretamos não é uma tarefa simples1. Assim sendo, essa tarefa deve ser coletiva. Nesse sentido, a reflexão que nos conduziu ao pensar o tema dessa edição da Revista Expressa Extensão, da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Pelotas, foi: qual a nossa vocação como universidade pública, gratuita e de qualidade? Diversos pontos poderiam ser descritos aqui. No entanto, nos parece que não podemos fugir do tema que mais nos indica possibilidade de prosperidade: a escola! Nossas crianças e adolescentes merecem cuidados e desafios. A extensão universitária em conjunto com as secretarias de educação podem ser o elo entre o conhecimento desenvolvido dentro da universidade e o conhecimento desenvolvido fora da universidade. A escola pode passar a ser o ponto de encontro entre o mundo acadêmico e a realidade. Nessa perspectiva, a escola passa a ser o ambiente em que o pacto social é discutido e pactuado; onde os conflitos entre os sentimentos individuais e os valores coletivos são confrontados; onde o meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico se encontram; onde professores, pais e toda comunidade escolar se direcionam para uma estratégia convergente; onde a saúde, o esporte, a arte e a cultura apontem uma agenda sinérgica. A escola é o melhor espaço para que todas as crianças e adolescentes se encontrem. Por tudo isso, o verdadeiro caminho para futuro esta no diálogo de muitas vozes que bradam através de estudantes e professores(as) de escolas de todos os cantos do país. Neste contexto, não estamos ponderando sobre luta e resiliência, estamos apontando para o fortalecimento de um ambiente que deve ser robusto o suficiente para suportar as instabilidades provocadas por negligências e tomadas de decisões equivocadas². A extensão universitária não pode estar descolada da escuta e da busca da antifragilidade.
