Descrição
Analisa-se o papel da religiosidade na perspectiva e no agir de ginecologistas brasileirosem relação ao aborto. Enviou-se um questionário estruturado e pré-testado aosassociados da FEBRASGO, formando-se, então, três grupos focais. Dentre os 3337participantes, 28% foram classificados como religiosos, 40% como tendo religiosidadeintermediária e 32% como não religiosos. A disposição de prover aborto legal ou deajudar uma paciente ou mulher da própria família a obter um aborto não previsto em leifoi significativamente menor entre os médicos religiosos. Nos grupos focais, enfatizou-seque, de modo geral, os médicos sentem-se desconfortáveis em atender uma solicitaçãode aborto, mesmo que previsto por lei, devido a seus valores morais e religiosos. Énecessário, portanto, incluir tais valores na discussão sobre o aborto e não se limitarapenas aos aspectos da sua legalidade ou não.