Descrição
This article will discuss the image of Antônio Vieira, the “Emperor of the Portuguese language”, in the words of Fernando Pessoa, featured in the movie Word and Utopia (2000), by Portuguese filmmaker Manoel de Oliveira, in contrast to some of the Jesuit biographies and analyzing one of the choices of literary excerpts that compose the film’s diegesis. Because it favors their missionary side, of the defense of Indians and blacks slaves in colonial Brazil, the film turns out to set up a visionary and actual Vieira. A Vieira far ahead of his time, holding a humanistic discourse avant la lettre, whose practical development only begin to spread after the French Revolution and in Brazil only gain official status after signing the Lei Áurea, of 1988, after almost two hundred years of the death of Vieira. Manoel de Oliveira finds in the context of the celebrations of 500 years of “discovery” of Brazil occasion to revisit this character of our common past and rethink this important figure of the Lusophone universe.||Neste artigo discutiremos a imagem de Antônio Vieira, o “imperador da língua portuguesa”, no dizer de Fernando Pessoa, apresentada no filme Palavra e Utopia (2000), do cineasta português Manoel de Oliveira, em contraste com algumas biografias do jesuíta e analisando uma das escolhas dos excertos literários para compor a diegese do filme. Por privilegiar sua faceta missionária, a da defesa dos índios e dos negros escravizados no Brasil Colonial, o filme acaba por configurar um Vieira visionário e atual. Um Vieira muito a frente de seu tempo, detentor de um discurso humanístico avant la lettre, cujo desenvolvimento prático somente começaria a difundir-se após a Revolução Francesa e que no Brasil somente ganharia estatuto oficial após a assinatura da Lei Áurea, de 1988, tendo passados quase duzentos anos da morte de Vieira. Manoel de Oliveira encontra no contexto das comemorações dos 500 anos do “Descobrimento” do Brasil ocasião para revisitar esse personagem do nosso passado comum e repensar essa figura importante do universo lusófono.
