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Out-of-body writings: Italo Calvino’s residual literature||Escritas fora do corpo: a literatura residual de Italo Calvino
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Metadados
Descrição
The essay "La poubelle agréée" by Italo Calvino, published in The Road to San Giovanni, features an unusual theme when we consider the writer’s work in question: writing as garbage. Discussing the act of taking out the garbage, Calvino established some considerations on the relationship between consumption and disposal, appropriation and expropriation, so that the destination of consumed goods would be a multiplication of the expelled residues. Therefore, this paper aims at reflecting on writings as one of the residues that are excreted by the body, considering that what remains from writings are also garbage, a waste deposed from the author’s body. To reiterate this relationship between writing and excretion, we rely upon Corpus by Jean Luc Nancy, for whom the writing throws itself away from the author’s body, inscribing itself in the reader’s body. We thus understand man as a scum producer, and consequently the arts as scum as well. Based mainly on Agamben, Benjamin and Didi-Huberman, we discuss the possibility of the eschatological literature – desecrated, de-auralized – establishing itself as a kind of counter-apparatus before the controlling society through profanity.||O ensaio “La poubelle agréée”, de Italo Calvino, publicado em O caminho de San Giovanni, apresenta uma temática inusitada se pensarmos a obra do escritor em questão: a escrita como lixo. Discorrendo sobre o ato de jogar o lixo para fora, Calvino estabelece considerações sobre a relação entre consumo e descarte, apropriação e expropriação, de modo que o destino dos bens consumidos seria a multiplicação dos resíduos expelidos. A proposta deste trabalho é, pois, refletir sobre a escrita como um desses resíduos expelidos pelo corpo, considerando que o que resta da escrita é também lixo, é também dejeto deposto do corpo do autor. Para reiterar essa relação entre escrita e excreção, nos basearemos em Nancy para quem a escrita se excreve, lança-se para fora e se inscreve no corpo do leitor. Temos, então, o homem como produtor de escórias e, consequentemente, a arte como escória. Baseando-nos, sobretudo, em Agamben, Benjamin e Didi-Huberman, discorreremos sobre a possibilidade de a literatura escatológica – dessacralizada, desauratizada – firmar-se como uma espécie de contradispositivo perante a sociedade de controle através da profanação.
ISSN
2175-7917
Periódico
Autor
Ferraz, Bruna Fontes
Data
7 de fevereiro de 2015
Formato
Identificador
https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2015v20nesp1p93 | 10.5007/2175-7917.2015v20nesp1p93
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2015 Bruna Fontes Ferraz
Fonte
Anuário de Literatura; Edição Especial - v. 20, n. esp. 1 (2015); 93-103 | Anuário de Literatura; Edição Especial - v. 20, n. esp. 1 (2015); 93-103 | 2175-7917 | 1414-5235
Assuntos
Literatura residual | Escrita | Corpo | Italo Calvino | Residual literature | Out-of-body writings | Italo Calvino
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion | Artigo avaliado pelos pares