Descrição
Clarice Lispector constrói heterotopias com as palavras e, com sua escritura, multiplica e potencializa os sentidos do mundo. Flerta com o discurso psicanalítico sem deixar-se capturar por ele: transforma o desejo em espaço potente, cambiante. Diante de sua adoração possessiva pelo ovo – objeto que percorre muitos de seus textos como metáfora da própria escritura –, a única maneira de não discipliná-lo (e matá-lo) é, incessantemente, disfarçá-lo.