Descrição
Em 1947, Julio Cortázar afirmava que a literatura é um recinto fechado, com os seus princípios e os seus fins, mas ao mesmo tempo, no seu âmbito, tem lugar uma busca extralivresca. Alguns anos mais tarde, Maurice Blanchot praticava uma reformulação da questão que a literatura é para si, e encontrava novamente o ponto de partida da sua investigação no gesto, ao mesmo tempo de um desespero total e de um otimismo sem limites, do recolhimento radical ao qual se encontra associado o espaço literário. O presente artigo pretende interrogar essa singular ideia da literatura estabelecendo um diálogo possível entre a obra crítica de ambos os autores.