Descrição
O texto parte do princípio de que as práticas fotográficas contemporâneasse encontram hoje influenciadas e contaminadas pela estética e pelos valorespropagados pelos meios de comunicação de massas e pelas instituições socioculturais.A partir desta premissa propõe pensar as práticas fotográficas atuais apartir dos condicionamentos conceituais emanados pelas instituições culturais,estéticas, artísticas, mercantis, ideológicas que hoje são determinantes sobre ossistemas de pensamentos e valores dos diferentes grupos humanos.A reflexão tem como substrato os fundamentos já históricos que nosforam oferecidos por Roland Barthes sobre a codificação da fotografia, especialmentenas obras O óbvio e o obtuso e A Câmara clara, e que tem subsidiadoo pensamento de incontáveis pensadores dessa área no decorrer da história,inclusive a tese proposta por Simon Watney de que as estruturas institucionaissocioculturais constituem obstáculos para o deslizamento do ‘fotográfico’ emdireção à sua pluralidade e diversidade. Esta base foi complementada e comparadaa de outros pensadores de orientação alternativa, como é o caso doscoletivos sociais Luther Blisset e Sonia Brunzels que propõem uma ‘Guerrilhada comunicação’ – como recurso de resistência a homogeneização sociocultural– a partir das orientações e teses lingüísticas propugnadas também porRoland Barthes. Para a constituição dessa estrutura argumentativa o texto dialogaainda com a obra de fotógrafos contemporâneos.