Descrição
O objetivo deste artigo é estabelecer um diálogo crítico com a perspectiva atualmente dominante no debate sobre os fundamentos da confiança e do capital social, baseada na obra de Robert Putnam. Nesse sentido, o artigo problematiza o argumento de que a proliferação das organizações sociais seria uma condição necessária e, especialmente, suficiente para a geração de confiança e, por consequência, capital social. Com base nos dados de survey sobre Cultura Política na Região Metropolitana de Porto Alegre, realizado pelo Observatório das Metrópoles, o presente artigo identifica a inexistência de uma relação direta entre envolvimento associativo e níveis de confiança em instituições políticas. Buscando responder a esse aparente paradoxo, sustenta-se a necessidade de incorporar a dimensão político-institucional à análise sobre os fundamentos da confiança, rompendo com uma abordagem exclusivamente centrada no associativismo.