Descrição
Este artigo pretende fazer uma articulação do texto: “A imagem como reflexo”, escrito por Alberto Manguel, em 2001; e o texto “Perseu, a Morte e a Imagem”, escrito por Jean-Pierre Vernant, em 2000. O primeiro faz uma reflexão acerca das questões que constroem o campo da imagem e os impactos psíquicos que ela pode causar na impressão daquele que a vê. O segundo apresenta o mito de Perseu e o confronto da imagem com o grotesco. O intuito deste artigo é observar o conceito mitológico de imagem a partir do pressuposto da teoria psicanalítica que apresenta o espelho como formador da função do EU, na qual se estrutura a identidade do sujeito. A comparação lacaniana da observação fantasmática que a criança vivencia em seu primeiro momento de vida com a construção de um autorretrato por um pintor atemporal ratifica a identificação que o sujeito precisa para se reconhecer frente a sua imagem.