Descrição
Este ensaio foi escrito por ocasião de uma conferência realizada no dia 6 de julho de 1999 na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em Proust oculta-se um crítico penetrante, que desde os escritos da juventude promoveu um diálogo original com as artes figurativas, disseminando em suas obras referências a pintores reais ou imagináriós. Este ensaio questiona o papel confiado por Proust à pintura, o significado que esta assume tanto em si mesma, quanto em relação a um problema crucial da Recherche: iluminar as complexas ligações entre o mundo da vida e mundo das formas, entre a visão artística e o conhecimento da realidade. Surge, então, uma hipótese interpretativa: de que a pintura se torna em Proust emblema de uma metamorfose do real, destinada a se traduzir - no plano da escritura de romance - na adoção de um estilo metafórico, entendido aqui como uma forma expressiva capaz de unir a inovação lingüística a um modo novo de ver e de representar as coisas.
