-
Qual a importância de uma época? Anacronismo e história||How important is an era? Anachronism and history
- Voltar
Metadados
Descrição
O presente artigo procura, em uma análise retroativa a autores como Immanuel Kant, Georg W. F. Hegel e Karl Marx, estabelecer as divergências e convergências entre estes autores em torno de um fio condutor: qual é a relação que o ser humano tem com o tempo, o espaço e a prática da liberdade? Qual a importância, portanto, de uma “época” para a análise histórica? Percebe-se que, apesar de Hegel e Marx seguirem elementos importantes do pensamento kantiano, ambos convergem em um princípio que se distingue da análise de Kant: a noção de que alguns grupos ou indivíduos teriam uma visão/compreensão (Einsicht) melhor da situação de todos. Neste sentido, entendemos que a sequência entre a crítica kantiana e o pensamento contemporâneo está principalmente na obra de autores que pensaram a crítica do filósofo de Königsberg como “atitude crítica” diante do pressuposto da autoridade. Entre esses autores, encontram-se Michel Foucault e Jacques Rancière, que defendem a característica eminentemente anacrônica do trabalho do historiador, sem a pressuposição da superioridade de um indivíduo ou grupo sobre os demais. Artigo relacionado ao projeto “O conceito de “cena” em Jacques Rancière como ferramenta teórico-metodológica para a análise histórica da arte”, financiado com recursos do Edital 01/2015 FAPEMIG||The present article seeks – from the issue raised in the academic dossier “Presence of 1980’s: hopes, longings and historiography” – perform a retrospective analysis to authors such as Immanuel Kant, Georg W. F. Hegel and Karl Marx and establish the differences and similarities between these authors around the guiding thread: what is the relation that the human being has with time, space and the practice of freedom? What, then, is the importance of a ‘time’ for historical analysis? It can be seen that, although Hegel and Marx follow important elements of Kantian thought, both converge on a principle that differs from Kant’s analysis: the notion that some groups or individuals would have a better understanding (Einsicht) of the situation of all. In this sense, we understand that the sequence between Kantian criticism and contemporary thought is mainly in the work of authors who thought the critique of the philosopher of Königsberg as ‘critical attitude’ before the assumption of authority. Among these authors are Michel Foucault and Jacques Rancière, who defend the eminently anachronistic feature of the work of the historian, without the presupposition of the superiority of one individual or group over the others.
ISSN
1983-201X
Periódico
Colaboradores
FAPEMIG (recursos do Edital 01/2015)
Autor
Voigt, André Fabiano
Data
19 de janeiro de 2018
Formato
Identificador
https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/74086 | 10.22456/1983-201X.74086
Idioma
Editor
Relação
https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/74086/47161 | /*ref*/BAEUMLER, Alfred. Das Irrationalitätsproblem in der Ästhetik und Logik des 18. Jahrhunderts bis zur Kritik der Urteilskraft. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1981. | /*ref*/FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1999. | /*ref*/______. Qu’est-ce que la critique? Critique et Aufklärung. Bulletin de la Société Française de Philosophie, Paris, v. 82, n. 2, p. 35-63, avr./juin. 1990. (Compte rendu de la séance du 27 mai 1978). | /*ref*/HEGEL, Georg W. F. Georg Wilhelm Friedrich Hegel’s Vorlesungen über die Naturphilosophie als der Encyklopädie der philosophischen Wissenschaften im Grundrisse. Berlin: Duncker und Humblot, 1847. Disponível em: http://books.googleusercontent.com/books/content?req=AKW5QafWlxYZUnY0Pr-W_8sVT8OHCmo1LSeFvv-q4QVwlWh2RinIf0aHqGBXH8mVDwMCqbuDDz-A5DD8oQAo_0f_7n8bWhGRfE5V6Y0rKvTOglcJSJ_AohWcyxiBA-cV7gdIl2qPkE7Nx1g-y4ZDPqNSg8oGgTFLr-f0HPbFsgNsfLZ3I9lMID2L8lfKuxpcfzm-bMVIUIeHfsgd5ENKYZ6HV_tigbbADjmoUrtghCSgJ9bFghCY2IKZiMn31BOWJJgUjT-sD8MjstVNf50g8QcmaLJIW6HzV_9QzfmsnmP2M81wZagN7f2kc. Acesso em: 3 dez. 2016. | /*ref*/______. Georg Wilhelm Friedrich Hegel’s Vorlesungen über die Philosophie der Geschichte. Berlin: Duncker und Humblot, 1848. (Werke, v. 9). Disponível em: https://archive.org/details/bub_gb_oBMyeCPEDeQC. Acesso em: 3 dez. 2016. | /*ref*/______. Princípios da Filosofia do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1997. | /*ref*/HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2015. | /*ref*/______. Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2013. | /*ref*/KANT, Immanuel. Crítica da Faculdade de Julgar. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2016. | /*ref*/______. Metafísica dos Costumes. Petrópolis: Vozes, 2013. | /*ref*/______. Ideia de uma História Universal de um ponto de vista Cosmopolita. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. | /*ref*/______. Crítica da Razão Pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2010. | /*ref*/______. Crítica da Faculdade do Juízo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. | /*ref*/MARX, Karl. Contribuição à Crítica da Economia Política. São Paulo: Expressão Popular, 2008. | /*ref*/______. Crítica da filosofia do direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2010. | /*ref*/MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifest der Kommunistichen Partei. São Paulo: Meta Libri, 2008. Disponível em: http://www.ibiblio.org/ml/libri/e/EngelsFMarxKH_ManifestKommunistischen_s.pdf. Acesso em: 9 nov. 2017. | /*ref*/______. Manifesto do Partido Comunista. Porto Alegre: LP&M, 2001. | /*ref*/NADAI, Bruno. Progresso e moral na filosofia da história de Kant. Tese (Doutorado em Filosofia)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. | /*ref*/RANCIÈRE, Jacques. La méthode de l’égalité. Montrouge: Bayard, 2012. | /*ref*/______. Le concept d’anachronisme et la vérité de l’historien. L’inactuel, Belval (FR), n. 6, p. 53-68, 1996. Disponível em: https://francais.cuso.ch/fileadmin/francais/document/ranciere_anachronisme.pdf. Acesso em 9 nov. 2017. | /*ref*/SCHOPENHAUER, Arthur. Como vencer um debate sem precisar ter razão. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.
Direitos autorais
Direitos autorais 2018 Anos 90
Fonte
Anos 90; v. 24, n. 46 (2017); 23-44 | Anos 90; v. 24, n. 46 (2017); 23-44 | 1983-201X | 0104-236X
Assuntos
História | Época; Historicismo; Anacronismo | Anacronismo; História | Time; Historicism; Anachronism; Michel Foucault; Jacques Rancière
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion