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The Land Commission and the Indians in the colonization project in the First Republic – North of Rio Grande do Sul||A Comissão de Terras e os indígenas no projeto de colonização na Primeira República – Norte do Rio Grande do Sul
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Metadados
Descrição
This article deals with the policy of fraternal protection of indigenous people and the intrusion of land into their awnings, articulated with the colonization project implemented by the republican government in the north of Rio Grande do Sul, via the Land and Colonization Directorate; it analyses initially the policy offraternal protection of indigenous people, outlined and defended by Torres Gonçalves, and then the delimitation of the space of indigenous awnings and the release of public land for colonization, as well as the unfolding of this policy in the daily activities of the Land and Colonization Commission. The sources revolve around the Report of the Directorate of Lands and Colonization of the state, between 1910 and 1920. We conclude that the policy of fraternal protection of the positivist government, in particular of its most humanist wing, was confronted with unscrupulous public officials, who did not know the reality of the indigenous people and printed actions that produced conflicts within the public sphere in charge of the colonization processes and with the indigenous people; as well as that there were multiple interests around the land, a fact that resulted in the indigenous aldeaments.||O presente artigo trata da política de proteção fraterna dos indígenas e a intrusão das terras em seus toldos, articulado ao projeto de colonização implementado pelo governo republicano no norte do Rio Grande do Sul, via Diretoria de Terras e Colonização; analisa inicialmente a política de proteção fraterna dos indígenas, traçada e defendida por Torres Gonçalves e, em seguida, a delimitação do espaço dos toldos indígenas e a liberação das terras públicas para colonização, bem como os desdobramentos dessa política no cotidiano da atuação da Comissão de Terras e Colonização. As fontes giram em torno do Relatório da Diretoria de Terras e Colonização do Estado, entre 1910 e 1920. Conclui-se que a política de proteção fraterna do governo positivista, em particular, de sua ala mais humanista, confrontava-se com funcionáriospúblicos inescrupulosos, que não conheciam a realidade dos indígenas e imprimiam ações que produziam conflitos no interior da esfera pública encarregada dos processos de colonização e junto aos indígenas; bem como que havia múltiplos interesses em torno da terra, fato esse que resultou nos aldeamentos indígenas.
ISSN
1983-201X
Periódico
Colaboradores
Capes - Edital nº 12/2016 - Memórias Brasileiras - conflitos sociais.
Autor
Tedesco, João Carlos | Neumann, Rosane
Data
14 de setembro de 2020
Formato
Identificador
https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/90486 | 10.22456/1983-201X.90486
Idioma
Editor
Relação
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Direitos autorais
Direitos autorais 2020 Anos 90
Fonte
Anos 90; v. 27 (2020); 1-21 | Anos 90; v. 27 (2020); 1-21 | 1983-201X | 0104-236X
Assuntos
First Republic. Rio Grande do Sul. Indigenous awnings. Fraternal protection. Intrusion. | Primeira República. Rio Grande do Sul. Toldos indígenas. Proteção fraterna. Intrusão.
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion