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Carlos Torres Gonçalves and the altruistic sex: the feminine conversion to the Religion of Humanity in Porto Alegre in the early 20th century||Carlos Torres Gonçalves e o sexo altruísta: a conversão feminina à Religião da Humanidade em Porto Alegre no começo do século XX
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Metadados
Descrição
The civil engineer Carlos Torres Gonçalves (1875-1974) was one of the most important religious positivists of Rio Grande do Sul and of Brazil during the 20th century, and was the main responsible for the construction of the Positivist Chapel of Porto Alegre. In his experience as an advertiser of the Positivist Church of Brazil and as a public servant of the State Office of Public Construction – in which he was responsible for the implementation of land policies in Rio Grande do Sul, during two decades – Torres Gonçalves aimed at guiding his actions in accordance with the rules that Auguste Comte had established under the “angelic inspiration” of Clotilde de Vaux. However, it was not only in the public scenario that Torres Gonçalves attempted to apply the positivist rules. In his private life as well he made such effort, experiencing positivism in a visceral way. For this, it was fundamental to constitute a positivist family, which he consolidated with the conversions of his three “guardian angels”, namely his fiancée and later wife, Dagmar, his daughter Sofia Mariana and his mother, Virginia. Some letters exchanged among the members of the Torres Gonçalves family during the three first decades in the 20th century allow us to have a brief look at this private universe.||O engenheiro civil Carlos Torres Gonçalves (1875-1974) foi um dos mais importantes positivistas religiosos do Rio Grande do Sul e do Brasil ao longo do século XX, sendo o principal responsável pela construção da Capela Positivista de Porto Alegre. Na sua trajetória como propagandista da Igreja Positivista do Brasil e como funcionário da Secretaria Estadual das Obras Públicas – onde foi o responsável pela implementação da política fundiária do Rio Grande do Sul por duas décadas –, Torres Gonçalves procurou direcionar sua ação de acordo com os preceitos que Auguste Comte estabeleceu sob a “angélica inspiração” de Clotilde de Vaux. Mas não foi apenas na esfera pública de sua vida que Torres Gonçalves procurou aplicar os preceitos positivistas. Também em sua vida privada ele fez tal tentativa, vivenciando o positivismo de forma visceral. Para isto, foi fundamental a constituição de uma família positivista, o que ele consolidou com as conversões à Religião da Humanidade de seus três “anjos da guarda”, isto é, de sua noiva e depois esposa, Dagmar, de sua filha, Sofia Mariana, e de sua mãe, Virgínia. Algumas cartas trocadas entre os membros da família Torres Gonçalves durante as três primeiras décadas do século XX permitem vislumbrar um pouco desse universo particular.
ISSN
1983-201X
Periódico
Autor
Pezat, Paulo Ricardo
Data
1 de julho de 2007
Formato
Identificador
https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/5404 | 10.22456/1983-201X.5404
Idioma
Editor
Relação
https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/5404/3061 | /*ref*/ALONSO, Ângela. De positivismo e de positivistas: interpretações do positivismo brasileiro. Bib – Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, Rio de Janeiro, n. 42, 2º semestre de 1996, p. 109-134. ARBOUSSE-BASTIDE, Paul. La doctrine de l’éducation universelle dans la philosophie d’Auguste Comte. Paris: Presses Universitaires de France, 1957, 2 tomes. BANDEIRA, Alípio. Um cazamento pozitivista no ano de 112 (1900 da era cristan). Rio de Janeiro: Igreja Positivista do Brasil, 1901. BOEIRA, Nelson. O Rio Grande de Augusto Comte. In: DACANAL, José Hildebrando; GONZAGA, Sergius (org.). RS: cultura e ideologia. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1980, p. 34-59. BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: AMADO, Janaína; FERREIRA, Marieta (orgs.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1996. p. 183-191. CAPURRO, Raquel. Le positivisme est un culte des morts: Auguste Comte. Paris: Éditions EPEL, 2001. CARVALHO, José Murilo de. O positivismo brasileiro e a importação de idéias. In: LEAL, Elisabete; GRAEBIN, Cleusa (orgs.). Revistando o positivismo. Canoas: Editora La Salle, 1998, p. 13-27. CASTILHOS, Júlio de. Cartas de Júlio de Castilhos. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, 1993. COMTE, Auguste. Système de politique positive ou Traité de sociologie instituant la Religion de l’Humanité. Paris: Carilian-Goeury, 1851-1854, 4 tomos. COMTE, Augusto. Cartas filozóficas sobre a comemoração social, o batismo cristão e o cazamento. Porto Alegre: Igreja Positivista do Brasil, 1912. COMTE, Augusto. Catecismo Pozitivista ou sumária espozição da religião universal, em treze conferência entre uma mulhér e um sacerdote da Humanidade. 4ª ed. Rio de Janeiro: Igreja Pozitivista do Brazil, 1934 (tradução de Miguel Lemos). GOMES, Ângela de Castro. Escrita de si, escrita da História: a título de prólogo. In: GOMES, Ângela de Castro (org.). Escrita de si, escrita da História. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004. GONÇALVES, Carlos Torres; SANTOS, João Luiz de Faria. Em defesa de delicadíssimas condições da instituição da família – a propósito da denominada “profilaxia do aborto” em projecto. Rio de Janeiro: IPB, 1933. GOUHIER, Henri. La vie d’Auguste Comte. 2 ed. Paris: Vrin, 1997. ISMÉRIO, Clarisse. Mulher: a moral e o imaginário (1889-1930). Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995. KOFMAN, Sarah. Aberrations: le devenir-femme d’Auguste Comte. Paris: Aubier-Flammarion, 1978. LEAL, Elisabete da Costa; PEZAT, Paulo Ricardo. Capela Positivista de Porto Alegre: acervo bibliográfico, documental e iconográfico. Porto Alegre: Fumproarte/PPGHistória da UFRGS, 1996. LEAL, Elisabete da Costa. O positivismo, o Partido Republicano Rio-Grandense, a moral e a mulher (1891-1913). Porto Alegre: 1996. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1996. LEMOS, Miguel. O projecto do cazamento civil. Rio de Janeiro: IPB, 1884. LEMOS, Miguel. O cazamento misto e o pozitivismo. Rio de Janeiro: IPB, 1885. LEMOS, Miguel; MENDES, Raimundo Teixeira. Bazes de uma constituição política ditatorial federativa para a República brazileira. Rio de Janeiro: IPB, 1890. MENDES, R. Teixeira. Culto pozitivista – indicação das primeiras celebrações pozitivistas no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Igreja Positivista do Brasil, 1881. __________ . O ano sem par (abril de 1845 a abril de 1846) – ou meditação religioza da incomparavel União à qual os fundadores do Pozitivismo, Augusto Comte e Clotilde de Vaux, deverão o preenchimento da sua missão. Rio de Janeiro: IPB, 1900. PETIT, Annie; BENSAUDE, Bernadette. Le féminisme militant d’un Auguste phallocrate. Revue Philosophique, Paris, n. 3, 1976, p. 293-311. PEZAT, Paulo Ricardo. Auguste Comte e os fetichistas: estudo sobre as relações entre a Igreja Positivista do Brasil, o Partido Republicano Rio-grandense e a política indigenista na República Velha. 1997. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1997. PEZAT, Paulo Ricardo. Carlos Torres Gonçalves, a família, a pátria e a humanidade: a recepção do positivismo por um filho espiritual de Auguste Comte e de Clotilde de Vaux no Brasil (1875-1974). 2003. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. WARTELLE, Jean-Claude. L’héritage d’Auguste Comte: histoire de l’Église Positiviste (1849-1946). Paris: L’Harmattan, 2001.
Fonte
Anos 90; v. 14, n. 25 (2007); 99-138 | Anos 90; v. 14, n. 25 (2007); 99-138 | 1983-201X | 0104-236X
Assuntos
Letters; Positivism; Sexuality | Cartas; Positivismo; Sexualidade
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion